Nos séculos XII e XIII o Mar Mediterrâneo (Europa) era continuamente invadido por piratas muçulmanos, chamados Mouros, porque provenientes da África. Eles assaltavam navios, atacavam cidades portuárias, saqueando e levando como escravos os cristãos, por ódio à fé.
Deus fez nascer quase no mesmo tempo duas ordens religiosas, uma na Espanha, com o nome de Nossa Senhora das Mercês, e outra na França, com o nome de Santíssima Trindade, que tinha como finalidade o resgate dos cristãos presos pelos Mouros. A primeira Ordem está ligada a dois grandes santos: São Pedro Nolas e São Raimundo Nonato, enquanto a segunda foi fundada por São Félix de Valois, ajudado por outro santo sacerdote, São João da Mata.
Félix de Valois, descendente da dinastia real francesa, nasceu em 1127. Ainda criança manifestava grande caridade para com os pobres. À medida que progredia nas ciências, aperfeiçoava-se na prática da virtudes. Para fugir a toda e qualquer influência política, renunciou aos direitos da coroa real da França e se tornou padre. Logo após sua primeira missa, Félix retirou-se do mundo para um lugar deserto, onde pudesse viver só para Deus.
Não viveu sozinho por muito tempo, pois foi procurado por um nobre doutor de Paris, também ele sacerdote: João da Mata. Este manifestou o desejou de se por sob a direção espiritual de Felix para ser introduzido na ciência da perfeição cristã. Félix, vendo que o pedido era feito com sinceridade, aceitou o hóspede em sua companhia.
Passaram-se assim três anos de convivência espiritual, crescendo nas virtudes, quando os dois tiveram uma visão pela qual Deus os chamava a trabalhar para a salvação dos cristãos que tinham caído nas mãos dos Mouros. Sentiram-se incentivados a fundar uma Ordem Religiosa a fim de realizar este apostolado tão urgente, mas tão perigoso.
Viajaram para Roma a fim de receber a aprovação deste projeto do Papa Inocêncio III. Este, reconhecendo a sinceridade das intenções dos dois santos homens, deu a sua aprovação. Ele mesmo colocou nos dois santos o hábito religioso dando à Ordem o nome de SS. Trindade.
O primeiro convento da nova Ordem foi construído em Cerfroi, na Diocese de Meaux, na França. Logo que a nova Instituição começou a ser conhecida, encontrou grande simpatia de todo o povo cristão, que com contribuições generosas, favoreceu o crescimento da mesma. Muitos jovens entraram na Ordem da SS. Trindade pela libertação dos prisioneiros. Enquanto João da Mata era responsável da organização da Ordem e atividades apostólicas, Félix se aplicava na formação espiritual dos membros. Com o exemplo e a palavra ardente e mais ainda pela santidade, Félix soube entusiasmar seus contemporâneos pela grande obra cristã. E de fato, em pouco tempo muitos cristãos foram libertados da escravidão dos Mouros e restituídos a uma vida conforme a fé e as condições sociais. A tarefa dos religiosos não era fácil, pelo contrário, a vocação havia de expô-los a grandes vexames, perseguições e maus tratos e inclusive a se oferecerem como escravos a fim de libertar os irmãos.
De 1203 a 1208 Félix se encontrava em Marselha, para fundar e dirigir mais um convento no ponto de controle do Movimento da Libertação dos escravos. Retornando ao primeiro convento de Cerfroi, veio a falecer santamente no dia 04 de Novembro de 1212, com 85 anos de idade.
Foi o Coronel Tancredo Martins Jorge que trouxe da Bahia em 1900 a imagem do Santo aqui nesta região.
A primeira capelinha foi construída na Ilhota no Rio Xingu. A segunda foi construída em 1921 pelo Dom Sebastião Tomás, Bispo de Conceição de Araguaia, na atual travessa Pe. Walter. Aqui ficou até 1929, quando foi colocada numa casa particular, para ser depois colocada na Igreja Matriz em 1938.
IGREJA CATÓLICA
